Biografias Bíblicas - Para o nosso ensino

 
Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Romanos 15:4.

As vidas relatadas na Bíblia são histórias autênticas de pessoas reais. Desde Adão, passando pelas sucessivas gerações, até ao tempo dos apóstolos, temos uma narração clara, ao natural, do que realmente ocorreu, e a genuína experiência de personagens verídicos. É caso de admiração para muitos que a história inspirada relatasse na vida de homens bons, fatos que lhes maculam o caráter moral. ... Os escritores inspirados não testificam de falsidades, para impedir que as páginas da história sagrada sejam obscurecidas pelo registro das fragilidades e faltas humanas. Os escribas de Deus escreveram segundo lhes foi ditado pelo Espírito Santo, não tendo eles, próprios, controle sobre o trabalho. Registraram a verdade literal, e fatos severos, repugnantes, são revelados por motivos que nossa mente finita não pode compreender plenamente.

É uma das melhores provas da autenticidade das Escrituras, o não ser a verdade apresentada com paliativos, nem os pecados de seus principais personagens suprimidos. Muitos alegarão ser fácil relatar o que ocorre um uma existência comum. É, porém, fato provado, ser uma impossibilidade humana o narrar imparcialmente a história de um contemporâneo; e o é quase igualmente narrar sem desvios da exata verdade a vida de qualquer pessoa ou povo com cuja vida nos achamos relacionados. O ESPÍRITO HUMANO É TÃO SUJEITO AO PRECONCEITO, que lhe é quase impossível tratar o assunto imparcialmente. Ou os defeitos da pessoa em questão são salientados em evidente relevo, ou suas virtudes brilham com não desmerecido resplendor, segundo o preconceito do escritor lhe seja favorável ou contrário. Por imparcial que o historiador se proponha a ser, todos os críticos concordarão em que é muito difícil realizar verdadeiramente esse objetivo. A unção divina, porém, erguida acima das fraquezas humanas, conta a verdade simples, nua.
 
Quantas biografias se têm escrito de corretos cristãos, que, em sua vida comum no lar, em suas relações com a igreja brilharam como exemplos de imaculada piedade! Defeito algum manchou  a beleza da santidade deles, falta alguma é registrada de modo a lembrar-nos de que eram argila comum, e sujeitos às naturais tentações da humanidade. Todavia, houvesse-lhes a pena da Inspiração escrito a história, e quão diversos pareceriam eles! Ter-se-iam revelado fraquezas humanas, lutas com o egoísmo, hipocrisia e orgulho, talvez pecados ocultos, e a luta contínua entre o espírito e a carne. Os próprios diários íntimos não revelam em suas páginas os pecaminosos atos do autor. Por vezes registram-se os conflitos com o mal, mas normalmente apenas quando o bem triunfou. Mas podem conter fiel registro de atos dignos de louvor e de nobres esforços; isto, também, quando o escritor pretende sinceramente manter um diário fiel de sua vida. É quase uma impossibilidade humana expor nossas faltas à possível inspeção de nossos amigos.

Houvesse nossa boa Bíblia sido escrita por pessoas não inspiradas, e apresentaria bem diverso aspecto, e seria um estudo desalentador para os errantes mortais, os quais estão a contender com as fragilidades naturais e as tentações de um inimigo astuto. Tal como é, no entanto, temos relatório fiel das experiências religiosas de notáveis personagens da história bíblica. Os homens favorecidos por Deus, e a quem confiou grandes responsabilidades, foram por vezes vencidos pela tentação e cometeram pecados, mesmo como nós da época presente lutamos, vacilamos e caímos frequentemente em erro. É, porém, animador para nosso coração desfalecido saber que, mediante a graça de Deus, eles puderam obter novo vigor para se erguer outra vez acima de sua má natureza; e, lembrando-nos disso estamos prontos a renovar o conflito por nossa vez.
 

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